20 anos do Sega Saturn

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Parallax
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20 anos do Sega Saturn

Mensagem por Parallax »

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Primeira versão do console lançado nos EUA, com controle grande e desengonçado

Na semana passada (22/11) completou exatos 20 anos do lançamento no Japão do console que derrubaria a Sega para um buraco que resultaria em sua saída da produção de consoles, mesmo com o competente Dreamcast indo bem no mercado. O Sega Saturn é certamente um dos aparelhos mais subestimados da história dos games, pois era potente, bonito e recebeu as melhores conversões dos famosos arcades de luta da época.

Claro, há muita coisa para ser dita sobre esse enigmático console de 32-bits da Sega. Seus dois processadores – cruciais para seu retumbante fracasso – que deixavam programadores e desenvolvedores loucos renderam muitas histórias, mas aqui separamos apenas algumas, para o post não virar um livro.

Jogos incríveis

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Apesar de não ter chegado a dez milhões de unidades vendidas, o Saturn marcou seu passo na história com franquias incríveis (e pouco exploradas depois pela Sega) como Nights, Panzer Dragoon, Burning Rangers, Clockwork Knight, Mr. Bones, Guardian Heroes, entre outros. A maioria teve um grande apelo no mercado nipônico, onde o console recebeu alguns dos melhores RPGs da época, o que o manteve no mercado local até a virada do milênio.



O PlayStation podia até ter jogos poligonais e toda aquela boutique, mas o Sega Saturn ganhava de “perfect” quando o assunto eram games de luta tradicionais. O console da Sega recebeu as melhores conversões da série The King of Fighters, do X-Men vs Street Fighter e Darkstalkers, além do exclusivo e esquisito Waku Waku 7. A Capcom foi uma das grandes parceiras na época e lançou com exclusividade Final Fight Revenge, ironicamente o primeiro título poligonal da franquia.

Segata Sanshiro

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Em solo japonês o console contou com um garoto-propaganda que impulsionou as vendas e despertou simpatia entre os jogadores orientais: Segata Sanshiro. Vivido pelo ator Hiroshi Fujioka, o personagem é uma paródia de filmes do lendário diretor Akira Kurosawa e para defender o Sega Saturn (Sega Satan na transcrição japonesa – isso é sério) se enfia em situações como roubar o trabalho do Papai Noel, ajudar a seleção do Japão a vencer o Brasil na Copa e até bloquear um míssel disparado contra o prédio da Sega.



A popularidade do personagem era tão grande que ele ganhou o game Segata Sanshirou Shinken Yuugi, exclusivo para Sega Saturn, que na verdade não passa de uma compilação boba de minigames que liberam os famosos anúncios da TV. O ator também ficou famoso por integrar a série Kamen Raider e chegou a ser homenageado com um microplaneta descoberto por astrônomos japoneses!

Onde está o Sonic?

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O Saturn teve um marco negativo ao ser o único console da Sega a não ter um jogo canônico do Sonic. Nos anos 90 o ouriço era um fenômeno cultural até mais poderoso que o Mario e a ausência de jogos no console foi um pecado fatal, principalmente em terras ocidentais. Desde o lançamento do Saturn em 1994 foi prometido um novo título da franquia, extremamente inovador, totalmente poligonal.



Esse título seria Sonic X-Treme, que chegou a ser antecipado até pelo Club Sega Mania, jornal oficial da Tectoy no Brasil. O problema é que ele nunca foi lançado e os donos do console tiveram de se contentar com a versão levemente aprimorada de Sonic 3D Blast (original do Mega Drive) e com a imperdível coletânea Sonic Jam, que reúne os quatro primeiros jogos do ouriço e um ambiente poligonal, provavelmente aproveitado do X-Treme. O único título inédito foi Sonic R, jogo de corrida divertido, mas muito pouco para o mascote que deveria ser o carro-chefe do console da Sega…

Cartada final

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Nos momentos finais do Saturn, a Sega lançou várias versões diferentes do console, como um com carcaça colorida translúcida (que foi lançada até no Brasil) e o Japão chegou a receber uma versão grafite do aparelho, quando o convencional era branco para atender o mercado local que tem predileção por eletroeletrônicos brancos. Mas nada superaria a revisão completa do console, cujo protótipo ficou conhecido como Sega Pluto.

O Pluto nada mais era que uma reedição do Saturn, com o periférico Netlink (porta para conexões de internet e banda larga) embutido. Além dele ter sido cancelado, pouco se sabe sobre o protótipo. Em 2013 o usuário Super Magnetic, do fórum Assembler Games, postou fotos do modelo identificado como PLUTO-02, que teria sido dado a ele quando ele foi demitido da Sega. Pouco tempo depois, foi postado um vídeo no YouTube com o suposto PLUTO-01 em pleno funcionamento.



Considerando a série de trapalhadas que a Sega fez a partir da metade dos anos 90, com lançamentos furados como Sega CD, 32X e até a antecipação da chegada do Saturn às lojas americanas em 1995 – que pegou todo mundo de surpresa e gerou problemas de distribuição e desenvolvimento de jogos – é difícil acreditar que o “Sega Pluto” teria dado certo. Oficialmente, o 32-bits da Sega só se manteve até 1998 nos EUA e na Europa, onde nunca foi bem sucedido contra PlayStation e Nintendo 64. No Brasil, com a Tectoy, e no Japão (onde foi um sucesso), teve uma sobrevida de mais dois anos, virando o milênio e chegando à era 128-bits.

É fato público que essa sequência de erros resultou em dívidas astronômicas, culminando com a saída da Sega do mercado de consoles. Em 2001 o rombo era tão grande que a produção do Dreamcast foi cancelada. Semelhante ao Mega Drive, o novo aparelho conquistou o público norte-americano com títulos incríveis de esporte e a SegaNET, mas falhou em cativar o público japonês e sacramentar uma boa base antes do lançamento do todo-poderoso PlayStation 2.

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Os japoneses adoram aparelhos eletrônicos brancos, e por lá foi nessa cor que o Saturn chegou

Fonte: ClicRBS

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